“Foi uma experiência enriquecedora, onde funcionários, alunos e pessoas da comunidade puderam exercitar a solidariedade, o desapego, o amor ao próximo”. Assim a diretora da Microcamp, Elisabete Pereira, definiu o mutirão de corte e doação de cabelo realizado na unidade João Jorge, em Campinas, nesta segunda-feira, 28.
Para realizar a ação, idealizada em prol das pacientes do Caism (Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher), da Unicamp, a unidade Microcamp João Jorge transformou uma das salas de aula num pequeno salão, onde as cabeleireiras Adriele, do Salão Symetria, e Edna Cristina Soares, do Spaço Gre, fizeram o corte e finalização, sempre ao gosto dos doadores.
Houve quem se sensibilizasse com a causa por já ter vivido drama semelhante, como a coordenadora de cursos da Microcamp, Claudete
Dionísio da Silva, que há 10 anos teve câncer de ovário e ficou careca por causa do tratamento quimioterápico. “Passar a mão na cabeça e ver o cabelo cair é uma sensação muito ruim e ficar careca também é difícil. Passei por isso e sei o quanto é complicado”.
Claudete não só cortou e doou o cabelo, como chamou a mãe, Francisca, para fazer o mesmo. Dona Francisca chegou à escola com o cabelo na altura da cintura, saiu de lá com um corte “Joãozinho”. “Se é para cortar, vamos cortar tudo e fazer uma boa ação”, pediu dona Francisca.
Teve quem ficasse sabendo da ação pela mídia, como Rosi Pavani, e decidiu tomar coragem de fazer o que sempre teve vontade: foi até a Microcamp, cortou e doou o cabelo e ainda levou o “rabo de cabelo” do filho, cortado por conta própria.
A jovem Letícia Francisco também precisou de coragem para se desfazer de alguns centímetros do cabelo, mas por fim cortou. “Meu cabelo demora muito para crescer, mas é para uma boa causa. Mas não corta muito”, pediu.
Mais desapegada e experiente na ação, Marilza Zanatta, fez questão de cortar. “Eu sempre doo. Cabelo cresce novamente, além do mais estou fazendo uma boa ação ajudando quem precisa”.
A ação contou ainda com a colaboração de alunos da Microcamp que mesmo sem ter aula na segunda-feira, fizeram questão de ir até a escola especialmente para participar da ação, como Grabriela Hoshino Takeda Penteado Borges, que inclusive levou a mãe Sandra, junto para participar do mutirão.
E ainda teve quem não doou cabelo, mas ajudou muito na ação, como a cabeleireira Edna Cristina Soares, do Spaço Gre, que cortou, voluntariamente, o cabelo de muitos dos doadores.
A ação resultou em 16 cortes e aproximadamente 3,2 metros de cabelos doados. Quem não conseguiu cortar porque a agenda estava lotada, poderá marcar diretamente no Salão Symetria (fone 3213-0565), que há 10 anos realiza a campanha Ama Mama em prol do combate ao câncer de mama. Os cabelos doados serão encaminhados para tratamento no Salão e de lá irão para uma ONG que confecciona perucas que serão doadas ao Caism.